domingo, 10 de agosto de 2008

À noite





Os meus novos olhos tocam tua beleza
Pois minhas mãos estão ocupadas a te acenar
Há em tua face pálida uma lasciva profundeza
E da tua boca doces palavras saem a flutuar

Nesta noite,ao meu lado, flertamos com a lua
E há uma devota beleza no tapete de estrelas estendido
Este teu sorriso brinca, deixando minha alma nua
Tudo agora é pura luz, mesmo sem ter amanhecido

Descobri o caminho secreto que leva ao amor
Compreendi que nos procurávamos à eternidades
Mas a busca chegou ao fim – você é a felicidade

Que este encontro dure pra sempre,é meu clamor
Agora posso tatear com meus olhos teu coração
Pois dele fiz minha morada desde então.




(Alyne Santos)

quinta-feira, 24 de julho de 2008


Eu e o amor enlaçamos as mãos
Agora andamos juntos a sorrir
Um novo caminho surgiu em um clarão
O sol que força a cortina da noite a se abrir

Protegida agora estou da solidão
Pois fez do meu coração a tua morada
Desenhando com teus dedos formas de adoração
Cobrindo meu corpo da tua saliva adocicada

Suas mãos desnudam minha carne. Invadem!
Me toma para si pois assim serei completa
Ouvindo num sussurro a frase secreta

Teus olhos enxergam minha alma. Penetram!
Tua boca rosada desenlaça sorrisos pueris
Preenchendo-me de amor a cada vez que tu sorris


(Alyne Santos)

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Tua presença




Antes de ti meus passos seguiam perdidos
E havia uma tristeza nos olhos percebida
Reflexo disforme da falta sentida
Revelando o vazio dos momentos vividos

Antes de ti havia duas mãos soltas no vazio
E havia uma boca inerte que não sorria
A esperar o motivo das flores que ainda não via
Ansiava por mãos que trariam o toque macio

Tua presença deu direção aos meus passos
No reflexo dos meus olhos tua figura cintila
A acolhida dos teus braços todo medo aniquila

Tua presença preencheu de flores o caminho
Que percorremos agora de mãos enlaçadas
Fazendo do amor a palavra eternizada


(Alyne Santos)

sexta-feira, 11 de abril de 2008

No Outono



A distância faz do amor um absurdo velado
Para te ver mantenho os olhos fechados
E ao erguer a mão de dedos sedentos, a sentença:
Toco o espaço vazio da sua antiga presença.

Retiro o véu tênue que cobre esparsas lembranças
Para refazer o teu rosto num assomo de esperança
E trago nestas mãos um coração que se desfaz
Como flores desfiadas pelo vento que o outono traz

Por tua saliva minha pele ainda reclama
Minha boca por teu beijo implora insana
E o silêncio ressoa as palavras que disseste

Vejo-te sorrir ao dizer que me ama
E nos olhos há uma lagrima que derrama
Pela lembrança de tudo que me deste.
((c)Alyne Santos)

sábado, 15 de março de 2008

Encantamento




Nego o ditado!O amor não me cegou
Ele me deu novos olhos para te ver
E a indecisão do passo incerto cessou
No toque trêmulo e ofegante do querer

E ninguém te conhece melhor que eu
Que desenhei com meus dedos as formas que eram tuas
E na confusão dos corpos ninguém se perdeu
Pois éramos iguais, consagradas imagens nuas

Não se assuste ao me ver tocar seus segredos
Recebe-me do teu lado como me prometeu
E sorria, pois no amor não cabe o medo

Em ti encontro o descanso calmo e sonolento
E nunca afastarei meu rosto do teu
Nem perderei meus olhos de encantamento

((c) Alyne Santos)

sexta-feira, 7 de março de 2008


E então conheci as flores


A tua ausência é um leve amargor
Como se tua presença não mais fosse necessária
E eu desfiasse as pétalas do antigo amor
Mas nas mãos restasse o perfume que usara

Agora, sem ti, conheço melhor as flores
Caminhando neste jardim que não plantardes
Pois meus olhos libertos vêem outras cores
Que com o toque divino não foste tu que pintardes

Tu vives no nome desenhado na areia
E na pequena flor murcha no livro
Artimanhas que o amor entremeia

Logo serás apenas uma saudade
Das que provocam um leve sorriso
E então saberei se foi amor de verdade
(Alyne Santos(c))

sábado, 26 de janeiro de 2008


Pétala

Sempre haverá um lindo lugar
Cuja brisa leve nos embale
E que mesmo a natureza pare
Embevecida de ver o amor passar

Sempre haverá uma forma de homenagear
Essa coisa onipotente que se sente
E te dizer o que preciso docemente
Mesmo sem te ver passar

Desfio pétalas de um rosa cálido
Para banhar de perfume o teu rosto
E sentir a boca trêmula do gosto
E as mãos a desviar pelo corpo pálido

O desejo tão lascivo a devorar
De irrigar minha pele da tua saliva
Sagrada. O remédio que me dá vida
Me impelindo sempre a te buscar

E estes sonhos?O amor a tocar seu hino
A imaginação os faz infinitos
Têm morada os pensamentos mais bonitos
E nas mãos dadas o desenho do destino


(©Alyne Santos)